CNC estimou que liberação de recursos das contas do PIS/Pasep e do FGTS deverá estimular, pela via do consumo, o nível de atividade da economia no último quadrimestre do ano
A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada na quinta-feira (10/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que, na passagem de julho para agosto, se manteve estável o faturamento real, isto é, já descontados os efeitos sazonais, dos dez segmentos que compõem o comércio varejista ampliado. No conceito restrito, que exclui os segmentos de veículos e material de construção, houve alta modesta no período (+0,1%).
Apesar do fraco desempenho do varejo em agosto, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mantém a expectativa de elevação de 4,6% em 2019 na comparação com o ano anterior.
Mesmo com a estabilidade mensal, o varejo ampliado completou seis meses sem registrar retrações no volume de vendas. Os destaques do mês ficaram por conta dos avanços alcançados pelas lojas especializadas nas vendas de equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (+3,8%) e, principalmente, pelo desempenho registrado pelos hiper e supermercados (+0,6) – maior segmento do varejo brasileiro em termos de faturamento.
O componente preço vem cumprindo um papel relevante no sentido de proporcionar desempenhos positivos às vendas enquanto o mercado de trabalho ainda não mostra sinais de recuperação.
Varejo ampliado
Pelo quinto mês seguido, houve alta no volume de vendas do varejo ampliado ante o mesmo mês do ano anterior. Entretanto, o ritmo de expansão foi mais bem mais modesto do que na leitura anterior (+1,4% em agosto ante +7,7% em julho). Novamente o ramo de hiper e supermercados foi o que mais contribuiu (+2,4%) para o resultado positivo.
Para o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC, a tendência é que as vendas ganhem fôlego a partir de setembro – sob influência de ações promocionais como a Semana do Brasil e a Black Friday (em novembro) – e, também, do impacto positivo sobre as vendas, esperado a partir das medidas de estímulo ao consumo. “Some-se a esse cenário, a perspectiva de que, diante do comportamento benigno da inflação, um novo piso histórico para os juros básicos (4,5% ao ano) seja testado na expectativa de estimular economia, também pela via do crédito”, acrescentou.
PIS/Pasep
A CNC estimou que liberação de recursos das contas do PIS/Pasep e do FGTS deverá estimular, pela via do consumo, o nível de atividade da economia no último quadrimestre do ano pela via do consumo. Dos cerca de R$ 30 bilhões que deverão ser sacados até o fim do ano R$ 9,6 bi devem chegar ao varejo.
Confirmada a previsão do Ministério da Economia, a CNC estima que R$ 12,2 bilhões desses recursos (40% do total) serão utilizados para a quitação ou abatimento de dívidas por parte dos consumidores; R$ 3,5 bilhões terão como destino o consumo de serviços; e, R$ 4,7 bilhões (16% do total) deverão ser poupados ou consumidos somente em 2020.
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